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"Fúria de Titãs" esquece lenda e investe em efeitos

Via uol Cinema

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Quando se trata de refilmagens, nem sempre é bom comparar o resultado final das produções. Com quase 30 anos de diferença, "Fúria de Titãs", que estreia nessa sexta-feira no país em 35 mm e 3-D (cópias dubladas e legendadas) é um exemplo evidente disso.

Enquanto a primeira produção (1981) abordava a história de amor entre o semideus Perseu e a bela princesa Andrômeda e todos os percalços para a realização dessa união, esta última versão se descola dos referenciais da década de 1980.
 
Agora, não se trata mais de romance, mas de pura guerra, mesmo que, no caminho, se assassine a história do próprio personagem central.
 
Inicialmente as tramas são similares. Perseu (Sam Worthington, de "Avatar"), filho de Zeus com a rainha de Argos, Dânae, é jogado ao mar pelo rei Acrisius, em vingança. O heroi é salvo por um pescador, que o cria como seu filho.
 
No entanto, a nova produção destoa de sua antecessora a partir desse ponto. Em vez de se apaixonar por Andrômeda e arriscar a vida por seu amor, como diz a lenda, Perseu agora pensa em vingança contra os deuses, aqui, na figura de Hades (Ralph Fiennes, de "O Paciente Inglês"), que mataram seus pais adotivos.


 


O fato de existir a ilha de Sefiro, que por ira divina está prestes a ser destruída pelo titã Kraken, e os mitos de Andrômeda e Cassiopeia, não passa de um engodo embutido na história pelos roteiristas Travis Beacham, Phil Hay e Matt Manfredi.
 
O novo Perseu não quer ser um deus; diferentemente do que diz o mito, ele quer enfrentar o Olimpo como um mortal. Ele não sabe que Hades tem um plano maléfico para vencer Zeus (Liam Neeson) e dominar o céu e a Terra, mas seus planos de vingança, no fim, estão em acordo com as vontades de seu verdadeiro pai.
 
Longe dos efeitos especiais risíveis da década 1980, o novo "Fúria de Titãs" se vale do que há de mais moderno para reproduzir excelentes cenas de ação, principalmente nos duelos com Medusa e Kraken. Mesmo na famosa cena em que Perseu e seus soldados lutam contra escorpiões gigantes liberados pelo vilão Calibos (Jason Flemyng), o resultado, em especial em 3D, é competente.
Independentemente das grandes mudanças na história, o maior problema desta nova produção é sem dúvida a falta de uma narrativa consistente. Fragmentado e repleto de clichês, "Fúria de Titãs", se resume aos seus efeitos especiais, o que evidencia a pobreza do roteiro.
 
Os buracos na trama são tão grandes que alguns argumentos não fazem sentido. Esse é o caso de Calibos, que deixa de ser vilão para se tornar um assecla de Hades. Outro ponto é o casal real Kepheus e Cassiopeia, que desafiam os deuses e desaparecem da trama.
 
O cinema passou por muitas transformações nos últimos 30 anos. No entanto, impressiona a falta de qualidade de "Fúria de Titãs" na hora de contar uma boa história.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

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