Novos vizinhos part. II - Conto de Horror

Hoje vou continuar conto que postei à algumas semanas, espero que leiam.


Boas- vindas

O simpático casal morava em frente. Trouxeram uma sexta com bolinhos e doces caseiros. Ambos tinham os olhos azuis e disseram ser filhos de belgas.
A conversa correu agradável por vários minutos. Despediram-se, mas antes nos convidaram para, na próxima sexta-feira, ou seja, amanhã, nos dirigirmos à sua casa para jantar, quando nos apresentariam para outros moradores da localidade.
Aceitamos, é claro.

Dia Seguinte

Dormimos muito bem na primeira noite.
Estranhei o fato de só perceber movimento nas casas a partir do entardecer. Mas lembrei que era um bairro onde todos trabalhavam. Achei normal.
Acordei tarde e resolvi fazer uma caminhada pela vizinhança para conhecer melhor o local. Maria Elisa resolveu ficar para ajeitar mais algumas coisas.


Na casa do bom casal de velhinhos, percebi a presença de dois enormes cães à entrada. Pastores alemães. Magros e esguios. Sentados na varanda me observavam com curiosidade. Aproximei-me do portão para saldar os vizinhos e novamente agradecer à gentileza.


Não havia campainha.


O cachorro maior aproximou-se calmamente. Bati palmas. O cão latiu em fúria e atirou-se às grades na tentativa de morder-me.


- Coisa de louco! Exclamei e afastei-me. Tentei bater palmas de novo. O cão latiu ruidosamente. Andei de costas. Desci do meio-fio e parei no meio da rua. Olhei para os lados a rua estava completamente deserta. Sem carros ou pessoas.


Comecei a caminhar. Todas eram casas lindas e limpas. À medida que andava percebi as varandas com vários cães. Enormes. Os pastores alemães dominavam. Havia também rotvaillers, dobermans e pit-bulls.


- Povinho que gosta de cachorro, pensei.


Caminhei por uma hora familiarizando-me com a região.


Tentei aproximar-me de outras casas. Os cães avançavam, ameaçadores. Voltei para casa sentindo que era observado em cada passo. No entanto, para meu desespero, somente os animais estavam em casa.


Senti grande alívio ao voltar.



Confissão


Disse para Maria Elisa o que senti.


- Bobagem, ela respondeu. Você sabe que todos por aqui trabalham. Nós também, a partir da semana que vem. Ou você se esqueceu que as férias estão acabando?


Era verdade. Saímos de férias para nos casar, viajar e arrumar a casa. Vida moderna é um sufoco. Temos que fazer tudo em um tempo só. Felizmente foi fácil e rápido encontrar a casa. Casamos e logo saímos do aluguel do meu apartamento. Agora era desfrutar a vida.


No meio da tarde eu ia sair para fazer compras. Tirei o carro da garagem. Saí para fechar o portão e levei um susto. Dois enormes cachorros, sendo um do meu vizinho de frente, o bom velhinho, estavam diante de minha presença.


Congelei. Seus enormes olhos. A boca arfando. Os dentes à mostra.


- Vou apenas fazer compras. Não sei por que disse aquilo, talvez defesa, intuição. Falar com cachorros? Acho que estava ficando louco. Entrei calmamente no carro após fechar o portão. Eu tremia e suava.

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